quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

CONTRACULTURA

Zine ou Fanzine, o que são? qual a diferença?
Zines são publicação alternativas e independentes feitas geralmente em folha de papel A4. Se utilizam de colagens, desenhos feitos à mão e de muita criatividade para criar o formato desejado; é comum possuírem uma aparência poluída. No início tratava de assuntos como ficção científica e na década de 70 falava de bandas do cenário punk, depois evoluíram para assuntos como política, literatura, sexo, quadrinhos, poesias, feminismo, jornalismo investigativo, e o que mais puder ser expresso em uma folha de papel. Aliás, essa liberdade de escolha de temas e a forma como os mesmos são tratados é uma das várias características que diferem um zine de uma publicação normal. São distribuídos gratuitamente e no máximo é pedida uma contribuição voluntária para ajudar nas cópias do original.

Os termos fanzine e zine atualmente são utilizados sem haver uma definição da diferença entre eles. Mas pelo que observei a palavra fanzine parece ter evoluído para Zine devido as novas características assumidas por esse tipo de publicação. Inicialmente os fanzines eram publicações de fãs de ficção científica para fãs de ficção, posteriormente na década de 70 foi a vez dos fãs de bandas punk criarem os seus fanzines falando da cena punk e de bandas. Mais o zine continuou evoluindo em conteúdo e os temas começaram a mudar, passando a tratar não somente de bandas ou ficção, mas a funcionar como um verdadeiro jornal alternativo, com opiniões, artigos, poesias, desenhos, enfim, começou a publicar assuntos que não se encontravam na mídia de massa. Esse fato me leva a crer que a utilização da palavra zine no lugar de fanzine caracteriza melhor as publicações que não são feitas por fãs para fãs. Além da dúvida de chamar zine ou fanzine, também existe uma relacionada a publicações alternativas em formato de revista. Um dos motivos para essa dúvida na classificação de zine ou revista é o fato de que revistas alternativas têm muito mais páginas que alguns zines juntos e não é comum encontrar zines com muitas páginas, devido ao custo para a reprodução.
A primeira publicação nesse estilo que se tem conhecimento foi lançado em 1930, chamava-se The Comet e foi escrito por um aficionado em ficção científica, chamado Ray Palmer para o Science Correspondent Club, uma publicação em que fãs de ficção científica trocavam informações sobre seus filmes preferidos. Nessa época o termo utilizado para denominar o The Comet era Fanmag (revista para fãs).
Em 1941, o americano Louis Russel Chauvenet teve a idéia de chamar essas publicações de Fanzine, juntando as palavras fan e magazine. Nessa época usava-se o mimeógrafo, um aparelho que fazia cópias de páginas escritas sobre um papel especial, o estêncil. Ainda na década de 30, foi criado algo que mudaria para sempre a história dos fanzines: A xerox, inventada por Chester Carlson
Até os anos setenta os fanzines se restringiam a fãs de ficção científica, quando foram retomados pelos adeptos do movimento Punk. Uma curiosidade é que o movimento foi batizado com o nome de um fanzine. Empolgados com a cena musical em Nova York, dois amigos, o desenhista John Holmstron e o escritor Legs Mcneil resolveram criar um fanzine que falava única e exclusivamente das novas bandas que estavam surgindo. O Zine foi inicialmente chamado Teenage News, nome de uma música da banda New York Dolls, mas McNeil teve a idéia de utilizar a palavra Punk. Surgiu então, em 1976, a Punk Magazine. Ainda em 1976 saiu o primeiro número da Sniffin'Glue, escrita por Mark Perry, um bancário fã dos Ramones. A Sniffin'Glue conquistou um grande público e incentivou muitos de seus admiradores a começarem a publicar seus próprios fanzines. Logo, os jovens principalmente, perceberam a facilidade de montar uma publicação alternativa. Você não precisa ser jornalista ou trabalhar numa revista para isso, apenas de disposição, algum dinheiro para xerox no caso dos impressos, para pagar a hospedagem no caso da internet e um tema qualquer: música, cinema, política, poesia, etc... Você não precisa dos grandes meios de comunicação. Milhões de zines são trocados por correios por pessoas do mundo inteiro. Você pode até se utilizar em algum momento da mídia de massa para divulgar seu zine, mas acredite, ela é dispensável.
É isso, pegue suas idéias, as coloque num pedaço de papel, enfeite as páginas para dar a aparência que desejas e pronto, nasce mais um Zine!
Luciano Dantas

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Eu protesto! Artistas realizam Manifesto Cultural em defesa do Rio madeira

14/12/2007 - 11:45
13 de Dezembro de 2007, cinco dias após a realização do leilão da usina de Santo Antonio, a sociedade se manifesta novamente. Um grupo de músicos, artistas, poetas e ambientalistas se reuniram hoje (13/12) por volta das 16 horas na cachoeira de Santo Antonio para a realização de Manifesto Cultural. “Anárquico Rio Madeira” foi o nome dado ao ato de protesto que convocou a sociedade para assistir a apresentação das bandas “Malcriados”, “Bicho du Lodo” e “Somzala". Diante de um forte sol e paisagem inestimável, os músicos foram se revezando no palco improvisado, voltados para o rio Madeira.
Durante a passagem de som e apresentação dos primeiros artistas, um grupo de operários da Camargo Correa que estavam fazendo trabalho de sondagem na ilha à nossa frente, se aproximou e alguns até pediram música. Chamou atenção deste jornal o fato de a maioria dos trabalhadores serem de Minas Gerais. Segundo Vagner, 35, Sondador de Belo Horizonte, os operários são de Minas e prestadores de serviço da Camargo Correia para fazer o estudo de geotecnia e localizar os túneis e casas de força, ou seja, locais onde devem ser instaladas as turbinas, peça bem pesada, na opinião de Vagner. Ainda segundo o operário, esse é o ultimo dia de trabalho, pois com a derrota da empresa na licitação das usinas, não tem mais sentido continuar. “Estamos por aqui desde o mês de setembro”. Quando perguntado se o mesmo sabia o que significava aquele momento, emendou dizendo que não sabia de nada.
Enquanto uns assistiam as apresentações outros contemplavam a natureza e passeavam por sobre as pedras. Giselda, estudante universitária de porto Velho, jogava flores na correnteza e fazia agradecimentos à mãe D’água, por ter tido um ano muito bom na faculdade e ter superado as dificuldades do dia-a-dia. “Se acontecer a construção, não poderei mais fazer os agradecimentos”, emenda. Giselda também ressaltou sua preocupação com os problemas sociais que podem acontecer com a vinda de muitas pessoas para porto Velho, se preocupa com o congestionamento das ruas da cidade.
Serginho, 37, professor de musica e matemática lamenta muito e diz que só freqüentava a cachoeira para se divertir e pescar. “É uma pena ter vindo aqui como artista”.
A maioria dos presentes constatou que pode ter acontecido naquele momento a primeira manifestação dos artistas locais. Conforme nos informou Tino Alves, 38 anos, produtor cultural e um dos organizadores do evento: “Olhando pra isso aqui, saber que não vou mais ver isso e como artista agora que descobri esse lugar”.
Às pessoas que conversamos foi perguntado qual o sentimento que ficava diante do sumiço da paisagem, todos foram unânimes em afirma sua tristeza. “Se o mundo econômico valorizasse isso, (aponta para o por do sol) não perderíamos esse espetáculo”, afirmou Fabrício, 24 anos e membro do Coletivo Jovem Pela Sustenatabilidade.
O Leilão da Usina de Santo Antonio aconteceu dia 10 e o Consórcio Madeira Energia (Odebrecht, Furnas, Construtora Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig e um fundo de investimentos formado por Banif e Santander) arrematou a usina. O leilão teve deságio de 35%.
Durante o leilão diversas entidades e sociedade se manifestaram nas ruas de Porto Velho contra a privatização do Rio.
A construção da usina de Santo Antônio deverá começar até setembro de 2008 e está previsto o termino para 2016.

Da redação com informação do www.rondoniaovivo.com
Autor: VemBrasil.net

Fonte: VemBrasil.net

Rompimento de barragem em RO destruiu 50 km de mata e assoreou rio 11/01/2008 - 21h48

da Agência Folha
A água que se deslocou após o rompimento da barragem da usina em construção de Apertadinho, no município de Vilhena (698 km de Porto Velho), destruiu 50 km de mata que margeia o rio Comemoração.
A constatação é da Secretaria de Meio Ambiente de Rondônia, que também aponta o assoreamento do rio como outro dano causado à floresta.
O acidente aconteceu na tarde de quarta. Havia risco da onda gerada pelo rompimento atingir a cidade de Pimenta Bueno (515 km da capital).
Após os primeiros estudos na região, o gerente ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, Marcus Lemgruber, afirma que os danos atingiram uma área de margem de rio que varia entre 20 e 100 metros de margem.
O Ministério Público de Rondônia entrou com uma ação pedindo a interdição da obra e uma vistoria no local para apurar os motivos do rompimento. Os promotores querem que a Cebel (Centrais Elétricas Belém) --empresa proprietária da usina-- arque com os custos da perícia.
A Promotoria diz esperar que a empresa assine um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) se comprometendo a pagar pelo serviço. Se isso não acontecer, o Ministério Público deverá entrar com ação contra a Cebel exigindo o cumprimento dessa condição.
Segundo a Promotoria, durante a primeira visita feita ao local, funcionários disseram que problemas na barragem já haviam sido detectados desde o início da semana.
O vice-presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) de Rondônia, Amilcar Adamy, diz que a área da usina é de terreno arenoso e facilita a erosão, mas afirma que é necessária a conclusão da perícia para determinar a causa.
O geólogo Gualter Pupo, responsável por analisar a elaboração do projeto, afirma não acreditar que o terreno arenoso tenha possibilitado a erosão. "Foram tomadas medidas para garantir a impermeabilização da estrutura e evitar que a água infiltrasse."
O consórcio Construtor Vilhena (das empresas Schahin e Empresa Industrial Técnica) afirma que aguarda a apuração das causas do rompimento. A Cebel não quis se manifestar sobre o caso. Procurada, não respondeu à reportagem.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u362686.shtml

Em Rondônia trabalhadores marcham contra a privatização do Rio Madeira

Cerca de mil integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Via Campesina, entidades urbanas e da Bolívia fazem uma grande marcha pelas ruas de Porto Velho.
No dia do leilão da UHE Santo Antônio, a primeira hidrelétrica do Complexo Rio Madeira, cerca de mil integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Via Campesina, entidades urbanas e da Bolívia fazem uma grande marcha pelas ruas de Porto Velho. O protesto é contra a venda da concessão do aproveitamento energético da hidrelétrica que acontece hoje na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a portas fechadas. A marcha vai seguir pela Avenida Carlos Gomes, passando pelo Palácio do Governo, e vai até a praça Jonas das Pedrosas, na Avenida 7 de setembro, centro comercial de Porto Velho, onde acontece um grande ato político. Atos como este acontecem em vários estados do país. Em Brasília, cerca de 300 integrantes da Via Campesina ocuparam a ANEEL para impedir a realização do leilão. Os manifestantes estão concentrados na Igreja Nossa Senhora das Graças, onde cerca de 100 militantes da Via Campesina fizeram um estudo sobre o modelo energético brasileiro e os impactos das grandes hidrelétricas nos últimos dois dias. Ontem, estes militantes saíram nas ruas para conversar com a população. ?O povo estava alheio ao debate da energia. Agora, estamos percebendo a adesão e a solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras contra a privatização dos rios? afirmou Josivaldo Oliveira, da Coordenação Nacional do MAB. Na disputa pela hidrelétrica de Santo Antônio, estão três consórcios formados por corporações transnacionais, como Votorantim, Suez Energy e Endesa. Segundo cálculos do movimento, baseado no preço da energia no mercado internacional, os donos das barragens de Santo Antônio e Jirau vão faturar em média R$ 525.000 mil por hora, com a venda da energia proveniente dessas barragens. O movimento calcula ainda que mais de 10 mil famílias sejam atingidas pelo conjunto das obras do Complexo. Para impedir que o Rio Madeira seja vendido e a Amazônia saqueada, o Movimento dos Atingidos por Barragens, em parceria com várias entidades e movimentos sociais, lança a campanha ?levante contra a venda do Rio Madeira. Em defesa das comunidades atingidas e da Amazônia?. Materiais como cartazes, folders e panfletos foram feitos para servir de subsídio no debate com a sociedade. Mais informações no site: www.mabnacional.org.br
Email:: mab@mabnacional.org.br URL:: http://www.mabnacional.org.br/noticias/101207_privatiza_riomadeira.htm
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2007/12/405460.shtml

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