quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Rompimento de barragem em RO destruiu 50 km de mata e assoreou rio 11/01/2008 - 21h48

da Agência Folha
A água que se deslocou após o rompimento da barragem da usina em construção de Apertadinho, no município de Vilhena (698 km de Porto Velho), destruiu 50 km de mata que margeia o rio Comemoração.
A constatação é da Secretaria de Meio Ambiente de Rondônia, que também aponta o assoreamento do rio como outro dano causado à floresta.
O acidente aconteceu na tarde de quarta. Havia risco da onda gerada pelo rompimento atingir a cidade de Pimenta Bueno (515 km da capital).
Após os primeiros estudos na região, o gerente ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, Marcus Lemgruber, afirma que os danos atingiram uma área de margem de rio que varia entre 20 e 100 metros de margem.
O Ministério Público de Rondônia entrou com uma ação pedindo a interdição da obra e uma vistoria no local para apurar os motivos do rompimento. Os promotores querem que a Cebel (Centrais Elétricas Belém) --empresa proprietária da usina-- arque com os custos da perícia.
A Promotoria diz esperar que a empresa assine um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) se comprometendo a pagar pelo serviço. Se isso não acontecer, o Ministério Público deverá entrar com ação contra a Cebel exigindo o cumprimento dessa condição.
Segundo a Promotoria, durante a primeira visita feita ao local, funcionários disseram que problemas na barragem já haviam sido detectados desde o início da semana.
O vice-presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) de Rondônia, Amilcar Adamy, diz que a área da usina é de terreno arenoso e facilita a erosão, mas afirma que é necessária a conclusão da perícia para determinar a causa.
O geólogo Gualter Pupo, responsável por analisar a elaboração do projeto, afirma não acreditar que o terreno arenoso tenha possibilitado a erosão. "Foram tomadas medidas para garantir a impermeabilização da estrutura e evitar que a água infiltrasse."
O consórcio Construtor Vilhena (das empresas Schahin e Empresa Industrial Técnica) afirma que aguarda a apuração das causas do rompimento. A Cebel não quis se manifestar sobre o caso. Procurada, não respondeu à reportagem.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u362686.shtml

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