sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

NOTÍCIAS AMBIENTAIS - Grileiros já invadem sul do Amazonas

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- O avanço do desmatamento, estimulado pela especulação imobiliária e pela perspectiva de ganhos ligados à expansão da fronteira agropecuária (principalmente com a soja), já chega em novas frentes. O sul do Amazonas está em alerta máximo. Crimes ambientais, invasão e especulação de terras públicas no sul do Amazonas foram denunciados nesta semana (10/09) , pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). De acordo com o órgão, uma área de mais de 4,2 milhões hectares de terra às margens da Transamazônica (BR-330) - somente nos municípios de Camutana, Huimaitá e Manicoré - estão sendo invadidas com apoio de deputados e prefeitos dos estados de Rondônia e Mato Grosso, gerando um clima de violência e marginalidade."O Amazonas está passando por um momento extremamente delicado, o cenário é comparado aos pontos de cocaína nos morros cariocas. No meio da floresta, temos uma área extensa acobertando crimes e a ilegalidade", alertou o superintendente regional do INCRA, João Pedro da Costa (foto).O INCRA constatou a venda ilegal de terras públicas nos municípios de Canutama, Manicoré, Lábrea e Humaitá, durante expedição de dez funcionários do órgão, que em 40 dias - 12 de julho a 20 de agosto - percorreram 850 quilômetros de cerrado e floresta, acompanhados por dois policiais federais. Todo trajeto foi monitorada pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), que acompanhou o deslocamento da equipe.Na área de floresta - municípios de Manicoré, Lábrea, Camutama e Humaitá -, os funcionários constataram o desmatamento da mata para demarcação ilegal de terras públicas. Os técnicos estimam que 300 pessoas façam parte do esquema que tem como objetivo a especulação imobiliária. "Áreas de 40, 50 mil hectares são invadidas e depois divididas em lotes em nome de laranjas", explica a técnica de cartografia Soraya Braga.Ela afirma que as áreas são vendidas por preços "altíssimos" sem recibos ou qualquer outro comprovante. "Não há respeito contra a terra pública, eles invadem tudo, demarcam e colocam um capataz armado para tomar conta da área", afirma.A violência é uma característica da grilagem de terras no sul do Estado. Durante a expedição do INCRA, em Humaitá, a PF prendeu um suboficial do Exército, que não teve o nome revelado, portando duas armas (uma escopeta e uma sub-metralhadora), além de recibos totalizando quase R$ 3 milhões relativos a venda de 200 mil hectares de terra."O homem foi preso e enquanto eu acompanhava o processo permaneceu na delegacia de Humaitá, mas depois foi liberado por motivos que desconheço", diz o procurador do INCRA, Carlos Alberto Salles.O laudo do INCRA constatou que a área de cerrado é ocupada por agricultores que vem do Sul e fazem grandes investimentos, comprando equipamentos, construindo armazéns e casas para produção de soja, milho e arroz. Um grupo de duas dezenas de produtores ocuparam as terras pertencentes aos municípios de Camutama, Humaitá e Manicoré.O decreto 1.164 estabelece que 100 quilômetros das margens das rodovias federais são responsabilidade do INCRA, portanto 85% das terras invadidas são federais. Os outros 15% pertencem ao Estado.
(Patrícia Almeida) Link padrão http://www.amazonasemtempo.com.br/
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